terça-feira, 13 de setembro de 2011

8 e 80

A diversidade paisagística e cultural da Colômbia tem paralelo nos transportes. Uma das áreas que mais experiencias e histórias nos proporcionam. Este foi um bom dia.
Deixando o sorriso caloroso de Chela, um táxi e rumamos ainda mais a norte da grande metrópole. Nem tempo temos para respirar. Quando demos por nós, já estamos dentro de um mini-bus com destino a não sabemos bem onde. Apenas nos disseram que não ficaria longe da nossa primeira paragem. A mencionada Raquira. Chela insistiu. Fizemos-lhe a vontade. Ficamos a dever-lhe mais esse agradecimento. Valeu bem a visita.

O mini-bus que nos transportou voava e chiava por todos os lados. Mesmo com sinais frequentes de proibição de circular a mais de 30 km/hora, a verdade é que a velocidade no curto período de auto-estrada foi mantida já em plena nacional. Lembrou aventuras passadas. Valeu a qualidade do pavimento e uma estrelinha a proteger-nos a todos.
Loucura tem limites. Entre outras coisas, alguém deveria informar o louco motorista que “use o motor para travar nas descidas íngremes” não significa “acelerar sempre e ultrapassar, ultrapassar, mesmo que em curvas “cegas” e dupla contínua…”.
Por momentos, julgamo-nos em Inglaterra. Só a espaços o veículo circulava pela direita…
Mudança de transporte em Chinquilla. As pragas resultaram em extremo. Saiu-nos o oposto. Mesmo com estrada (secundaria) livre de trânsito, o homem não passava os 40/50 km/hora. Exasperante. Uma força divina a brincar connosco? “Afinal, que tipo de motorista pretendem?”. Bom, achamos que Ele, a existir, terá distracções mais importantes com que se entreter. E não somos assim tão importantes.
Saímos a cinco quilómetros de Raquira. Mas aqui os transportes passaram de xx em xx horas. Uma família vê-nos de mochila e malas. Pára. Arruma a bagageira. Um miúdo passa para a frente. Colo do tio. Transportam-nos com se serviço de limousine fosse. Ficam agradecidos por nos terem ajudado e feito felizes. Mais um excelente exemplo do enorme coração dos colombianos. De uma alma sem fim.
Antes de partir novamente, fazemos apostas sobre o que nos espera agora. Chegar ali não foi fácil. Para Leyva faltava meia hora. Esperamos à saída de Raquira. Os carros não vêm. Fazemos sinal de paragem. Estamos com sorte. Um dos senhores que faz transportes privados, pagos, entre as várias terras das redondezas.
Não demoramos a questionar a referida sorte. Um carro que há muito morreu. Sem cintos de segurança. Sem conta quilómetros, sem limpa pára-brisas. As portas não abrem por dentro. A ferrugem dá algumas tréguas e percebemos que a sucata é vermelha.
Começa a chover. Os vidros não fecham. Aguentamos. Que remédio. Leyva. Finalmente.

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